Como o nosso corpo interage com a suplementação?

por | maio 13, 2022 | Alimentação Saudável

Nosso corpo tem sabedoria própria e consegue adquirir tudo o que necessita a partir de uma nutrição adequada, balanceada, viva e rica em vitaminas, fibras e minerais. Sempre existe uma alimentação apropriada para cada objetivo na vida, promovendo um atuar na terra mais consciente e, portanto, mais assertivo frente aos nossos anseios e necessidades. 

Em função de carências a partir de doenças, restrições, condição de subnutrição, atividade física intensa ou de alto rendimento, e para complementar valores nutricionais em determinadas fases de vida adulta, como gestação, senescência, adolescência e primeira infância, podemos necessitar de suplementação para adequar o fornecimento das substâncias que o corpo necessita na medida correta.

Como é o processo de suplementação e o que são os suplementos?

“Suplementos alimentares” é o termo correto quando falamos em “suplementos”. Eles são compostos por macronutrientes, como carboidratos, proteínas e lipídeos, e micronutrientes compostos por vitaminas, minerais, fibras solúveis e insolúveis, enzimas* e cepas probióticas.

*A saber: as enzimas são proteínas específicas que regulam o metabolismo pela velocidade das reações físico-químicas e as cepas probióticas compõem nossa microbiota. 

O processo de suplementação precisa ter começo, meio e fim, salvo em casos de carência crônica de causa patológica, necessitando de suplementação vitalícia para sustentar os processos metabólicos.

Os bons hábitos alimentares, a partir da variabilidade de cereais integrais, frutas, legumes, verduras e proteínas animais ou vegetais, NÃO devem ser substituídos por shakes vitamínicos, como nos casos de dietas da moda, o que pode acarretar uma importante debilidade metabólica. 

As suplementações, na maioria das vezes, podem ser ingeridas próximo a alguma refeição para entrar em sinergia com o restante dos alimentos. Já outras vitaminas, aminoácidos e minerais, devem ser suplementados longe de refeições ricas em macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios) para terem melhor biodisponibilidade.*

Cada tipo de suplementação requer orientação específica de um prescritor habilitado: consulte SEMPRE um nutricionista para as orientações e adequações corretas. O nutricionista é o profissional com habilitação e o mais adequado para “navegar” no mundo das suplementações. 

É necessário ter uma prescrição?

SIM! A prescrição correta é fundamental para a segurança de doses adequadas e considera uma série de variáveis, como condição clínica, fase de vida, contraindicações, como hipersensibilidade, objetivos e necessidade do paciente. A escolha do tipo de suplementação, doses e tempo de uso estão pautados em uma anamnese, feita junto ao paciente que contempla história pregressa, alergias, hábitos alimentares, estilo de vida, tipo de trabalho que exerce, exames laboratoriais, sinais e sintomas, entre outras questões que o indivíduo apresenta. 

A “autossuplementação” sem a correta orientação pode trazer complicações. Por exemplo, a ingestão inadequada de uma “simples” vitamina D, que é facilmente encontrada nas prateleiras das lojas de suplementos e farmácias, poderá promover processos de esclerose, ou seja, de endurecimento em partes moles do organismo, como é o caso do “endurecimento” de artérias e veias. A Vitamina D, cuja função mais conhecida é a mineralização óssea, é considerada um hormônio, tamanha sua relação com a saúde metabólica. Portanto, repito: consulte SEMPRE um especialista habilitado para iniciar qualquer tratamento.

Fórmulas manipuladas ou suplementos prontos? DEPENDE! Para atender especificamente a necessidade do indivíduo, fórmulas manipuladas são verdadeiras preciosidades, no entanto, dependendo do diagnóstico ou condição que o paciente apresenta, podemos encontrar pools de suplementos alimentares de boa procedência e com produção em quantidades adequadas.  

Leia também: Conversa com a Renata S. Eisenmann: A nutrição e as doenças crônicas

É preciso fazer exames para definir uma suplementação? 

É recomendável fazer exames antes de iniciar qualquer tratamento, porém em alguns casos, uma avaliação de sinais e sintomas associados ao recordatório alimentar em indivíduos saudáveis pode ser suficiente para iniciar algum tipo de suplementação para complementar as necessidades diárias.  

Frente a qualquer diagnóstico médico de patologia ou relato de queixas do paciente indicando sinais e sintomas claros, é importante que se tenha um panorama bioquímico para iniciar uma abordagem alimentar ou fitoterápica, assim como medicamentosa. 

Mas lembre-se, suplementação alimentar tem começo, meio e fim, salvo algumas situações de carência crônica diagnosticada. De nada adiantará usar suplementação alimentar se não houver mudanças de hábitos para corrigir a verdadeira causa do problema. Começar por mudanças de hábitos nutricionais é a forma mais inteligente e segura! 

O que é biodisponibilidade em Nutrição?

É a capacidade do organismo de absorver e aproveitar as substâncias dos alimentos que ingerimos, ou seja, realizar a biotransformação. Podemos ajudar a melhorar a biodisponibilidade de micro e  macronutrientes ao preparamos as refeições

Um exemplo: o clássico complexo ferro vs. cálcio. Quando idealizamos uma refeição rica em ferro, algumas combinações podem fazer com que a biodisponibilidade do ferro que tanto queremos fornecer ao organismo seja muito prejudicada. Preparações que levam carne, naturalmente rica nesse elemento químico e leite ou derivado do leite rico em cálcio, tem essa característica: quando esses dois elementos estão juntos numa mesma refeição, fazem com que o cálcio, por competição, “ganhe” na biodisponibilidade em detrimento ao ferro. 

Duas preparações muito apreciadas por nós, strogonoff e filet à parmegiana, infelizmente, são exemplos dessa má combinação nutricional. Outro exemplo clássico é o creme de espinafre: o ferro contido no espinafre não consegue ser aproveitado pelo organismo em função do cálcio presente no leite ou creme de leite que impede que o ferro seja biodisponibilizado.

Saber com antecedência quais alimentos vão entrar na geladeira da semana é um bom primeiro passo para organizar um cardápio sem gafes nutricionais. 🙂

Uma alimentação equilibrada é fundamental para a saúde

As cores da natureza sempre falaram por si, tanto no mundo animal quanto no vegetal, e na nutrição não é diferente. Quando preparamos uma refeição trazemos através das cores dos alimentos nutrientes bem específicos. 

É o caso, por exemplo, de verduras escuras, mais ricas em ferro, as frutas roxas carregadas de substâncias fotoquímicas ou fitosteróis de grande importância anti-inflamatória.  

Fique atento à sazonalidade, assim é possível fazer escolhas variando os alimentos que a época oferece, com melhor qualidade e sabor, mais economia e menos agrotóxicos. 

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