Alimentos inflamatórios: tudo o que você precisa saber

por | ago 23, 2021 | Alimentação Saudável

Os alimentos inflamatórios são aqueles que podem desencadear inflamação no organismo como as Doenças Inflamatórias Intestinais (Síndrome do Intestino Irritável, Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa), processos de artrite e artrose, fibromialgia, obesidade entre outras. Mas antes de sair desesperadamente eliminando alimentos da sua vida, vamos conhecer um pouco mais sobre eles e o PORQUÊ devemos tomar cuidado com certos alimentos.

Vamos a eles!

O que é inflamação?

Antes de mais nada, é importante compreender o que é inflamação, para depois entender o que é um alimento inflamatório.

A inflamação é uma reação que acontece naturalmente no organismo, essencial para o processo de regeneração e reparação das células frente a qualquer tipo de agressão. É possível compreendê-lo como parte do nosso mecanismo de defesa.

Os processos inflamatórios, tanto naturais quanto os provocados por agentes agressores, estimulam processos de reparação, que podem ser regeneradores restabelecendo a saúde e a função do tecido lesionado, ou cicatriciais restabelecendo a saúde, porém o tecido lesionado perde a função primordial, tornam-se uma cicatriz. De qualquer forma, precisamos ajudar nosso organismo a tratar essa inflamação, pois se esse processo sozinho não for o suficiente para restabelecer a saúde, pode se tornar crônico, resultando em doenças crônicas inflamatórias.

Nesse contexto, os alimentos podem ser agentes sanadores, reparadores ou agressores. Alimentos inflamatórios agem oxidando, gastando e desviando a energia do corpo que deveria ser usada para processos metabólicos regulares. Eles produzem “lixo” metabólico, toxinas, que vão oxidando e desvitalizando o organismo. Portanto, os alimentos inflamatórios são agentes agressores que provocam uma reação inflamatória exacerbada, prejudicando o organismo de forma sistêmica.

Quais são esses alimentos?

Na sua maioria, são os alimentos industrializados, processados e ultraprocessados, que para serem conservados, passam por mudanças drásticas de temperatura, alterando a sua estrutura molecular, sofrem adição de gorduras saturadas e hidrogenadas, sal, açúcares e xenobióticos (substâncias químicas não orgânicas), tornando a digestão e a metabolização mais difícil, desgastante e penosa para o organismo.

Aliás, os xenobióticos são substâncias cancerígenas em sua maioria, que prejudicam principalmente o fígado, órgão vital responsável por todo o metabolismo e processos de desintoxicação. Cansaço, falta de ânimo, sobrepeso, dor de cabeça, enjoo, falta de apetite pela manhã, são alguns dos sintomas de um fígado desvitalizado e “cansado”, o que promove acúmulo de gorduras em lugares inadequados, como artérias e no próprio fígado.

Outros alimentos inflamatórios, são as gorduras saturadas oriundas dos processos de hidrogenação, os açúcares e grãos que sofreram processos de refinamento, como as farinhas.

Atenção ao tipo de cocção

Você sabia que alimentos bons podem se tornar inflamatórios dependendo do tipo de cocção que sofrem? Por exemplo, processos que usam altas temperaturas para preparar o alimento como frituras de imersão, air fryer, microondas, churrasco à carvão, podem tornar um alimento bom em inflamatório. Portanto, nada de comer aquele grelhado de frango com salada todo dia! Nosso corpo precisa de VARIEDADE, inclusive nas formas de preparação e cocção dos alimentos! Lembre-se sempre disso! E convenhamos, nosso paladar também agradece 😉

A sistematização de alimentos – o trigo é inflamatório?

Quando um alimento está presente em quase todas as refeições ou todos os dias, nós estamos sistematizando o seu consumo. Partindo do pressuposto que precisamos de variabilidade de alimentos, pois nos fornecem diferentes propriedades, vitaminas, fibras e minerais, a sistematização do consumo leva a um processo de empobrecimento da alimentação, desnutrição, inflamação e desvitalização.

O trigo tornou-se uma das bases da alimentação ocidental, assim como o leite de vaca. A farinha de trigo como a conhecemos hoje é derivada de um grão geneticamente modificado, com adição de um pool de melhoradores químicos, além da adição de mais glúten, o que a torna um produto alimentício altamente inflamatório que se faz presente sistematicamente na alimentação da população, impactando nas políticas de saúde pública.

Já o leite de vaca in natura ou na sua forma fermentada, pode ser um bom alimento para quem o tolera, no entanto, a sua qualidade é o que determina ser um alimento inflamatório ou não. O que faz com que o leite se torne inflamatório? O processo de industrialização, o tipo de ração que a vaca come, os tratamentos medicamentosos e hormonais que a vaca recebe, e o tipo de conservação desse leite. Prefira leite fresco e orgânico sempre que possível. Outra excelente opção são os “leites” vegetais, já bastante comuns nos mercados, como o de caju, aveia e amêndoas, que inclusive podem ser feitos facilmente em casa.

Uma sugestão: o leite de inhame é delicioso, super fácil de preparar e de propriedades imunomoduladoras. A receita é simples, selecione inhames de boa qualidade, de preferência orgânicos, descasque, corte em quadradinhos e coloque em uma panela com água. Deixe no fogo até ferver e ficarem macios. Desligue o fogo, jogue a água fora e leve ao liquidificador com nova água filtrada. Depois é só bater e servir! Repare, não há necessidade de coar.

Existem alimentos anti-inflamatórios?

Assim como há alimentos que inflamam o organismo, existem alimentos cujas propriedades são anti-inflamatórias. Vamos conhecê-los!

Cereais integrais como a aveia, rica em betaglucana e silício.

Açafrão da terra ou açafrão verdadeiro, que contém curcumina, substância anti-inflamatória

Gorduras boas, ricas em antioxidantes e super-poderosas:

Azeite de oliva é fonte de ômega 9, assim como o abacate, óleo de gergelim, sementes de abóbora e girassol, e peixes ricos em ômega 3 e vitamina D como sardinha e arenque. 

A linhaça também é rica em fibras e ômega 3, anti-inflamatório natural. Lembre-se, a linhaça precisa ser “quebrada” ou triturada no momento do consumo para aproveitar suas propriedades anti-inflamatórias.

Frutas especiais

Frutas cítricas como limão, lima da pérsia e laranja, aumentam a biodisponibilidade do ferro na alimentação e são ricas em vitamina C.

Frutas vermelhas, azuis e roxas, como morangos, uvas e todas as berries, são poderosas antioxidantes.

Mamão e abacaxi, boas frutas para compor refeições com proteínas, pois são ricas em enzimas proteolíticas que ajudam na sua digestão.

Melão, melancia e pepino, são alimentos alcalinos que ajudam na desintoxicação do organismo e a equilibrar o pH do sangue. Vale lembrar que esses alimentos não são adequadas para acompanhar as refeições grandes, nem como sobremesa. Deixe-os para a hora do lanche.

As verduras ajudam a alcalinizar a alimentação, são ricas em fibras, fósforo e magnésio.  Inclua também ervas frescas ou secas, como manjericão, salsinha, cebolinha e tomilho nas preparações e para marinar carnes, diminuindo seus efeitos inflamatórios e oxidantes.

Outros alimentos com propriedades anti-inflamatórias estão gengibre, tomate orgânico, alho, maracujá, romã, chá verde, chia e peixes como atum e truta.

Quer saber mais? Leia também: Nutrição e a consciência espiritual para uma vida saudável

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