Mais de 15 milhões de brasileiros têm diabetes. Essa é a projeção do Ministério da Saúde com base na pesquisa Vigitel 2019 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) divulgada em 2020.
Em outras palavras, esse número equivale a 7,4% dos 210,1 milhões de habitantes do país, segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Sabe-se que o Tipo 2 é o mais comum. As causas exatas ainda não são totalmente conhecidas, mas especialistas acreditam que estejam relacionadas ao aumento do peso da população.
E isso se reflete nas estatísticas e na saúde dos brasileiros. De acordo com essa mesma pesquisa, a obesidade cresceu 67,8% nos últimos treze anos no Brasil, saltando de 11,8% em 2006 para 19,8% em 2018.
O que é Diabetes?
Em suma, essa é uma doença crônica que pode ser progressiva e sem cura, dependendo do tipo. Ela é ocasionada pelo aumento dos níveis de glicose (açúcar) no sangue. Isso acontece quando tem pouca insulina circulando ou quando esse hormônio não é bem aproveitado pelo corpo.
Existem alguns tipos de diabetes, mas três são responsáveis pela maioria dos casos, são eles:
Diabetes Tipo 1 (DM1)
O Tipo 1 é geralmente autoimune e pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum em crianças, adolescentes e jovens. Estima-se que ela represente 10% do total de diabéticos no mundo. Segundo a Federação Internacional da Diabetes, o Brasil tem cerca de 95,5 mil casos.
Esse tipo de diabetes é tratado com insulina, medicamentos, planejamento alimentar e atividades físicas para ajudar a controlar o nível de glicose no sangue.
Como sintomas, é possível citar:
- Excesso de urina
- Sede constante
- Perda de peso
- Aumento da fome
- Cansaço
Diabetes Tipo 2 (DM2)
O Tipo 2 é também conhecido como “doença silenciosa”, o mais comum e o mais perigoso. O corpo passa a ser resistente à insulina produzida pelo pâncreas. Esse tipo pode até ser crônico, mas na maioria das vezes está ligado à má alimentação e ao sedentarismo.
Por outro lado, dependendo da gravidade, pode ser controlado com atividade física e boa alimentação. Em outros casos, é feito o uso de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose aumentada.
Sintomas mais comuns:
- Aumento da fome
- Excesso de urina (especialmente durante a noite)
- Fraqueza
- Alteração na visão
- Infecções constantes na gengiva e/ou na pele
Diabetes gestacional
Por fim, há o Diabetes gestacional, caracterizado pelo aumento dos níveis de glicose no sangue durante a gravidez. A doença, que pode ser diagnosticada durante ou ainda no primeiro trimestre da gestação, atinge até 25% das grávidas.
Nesse caso, a mulher recebe um acompanhamento específico durante o pré-natal, que monitora os riscos para a mãe e o bebê. Na maioria das vezes, o controle é feito com uma orientação nutricional adequada.
Os principais fatores que podem levar a esse tipo de DM são:
- Gestação em idade avançada
- Ganho de peso excessivo
- Pressão alta
- Triglicérides alto
- Colesterol alto
- Obesidade
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4 hábitos que aumentam o risco de desenvolver Diabetes
Há alguns hábitos que são determinantes e aumentam consideravelmente o risco de desenvolvimento dessa doença.
“O envelhecimento da população, a crescente urbanização, bem como a mudança no estilo de vida, que passou a ser não tão saudável em virtude de dietas inadequadas, da obesidade e do sedentarismo, são os grandes responsáveis pela prevalência do Diabetes no mundo.” (Estudo: Estresse e riscos associados aos hábitos de vida em pacientes com diabetes mellitus)
Esses são alguns pontos considerados como riscos em relação à alimentação:
- Consumir muita fritura e embutidos
- Bebidas industrializadas em excesso
- Excesso de carboidratos simples
- Alimentação e rotina desequilibradas
“A crescente substituição dos alimentos in natura, ricos em fibras, vitaminas e minerais, por produtos industrializados (Barreto & Cyrillo, 2001), associada a um estilo de vida sedentário, favorecido por mudanças na estrutura de trabalho e avanços tecnológicos (Popkin, 1999), compõem um dos principais fatores etiológicos da obesidade.” (Review “Tendências do diabetes mellitus no Brasil: o papel da transição nutricional”)
Estresse como fator de risco
O estresse também é um fator de risco para o desenvolvimento da doença:
“O estresse é considerado como um conjunto de reações e estímulos que causam distúrbios no equilíbrio do organismo, liberando hormônios que aumentam a glicose.” (Estudo: Estresse e riscos associados aos hábitos de vida em pacientes com diabetes mellitus).
Atividades ou mudanças significativas no estilo de vida podem promover mais tranquilidade e ajudar a combater essa patologia ou até mesmo evitá-la.
Por isso, é importante buscar um especialista para conhecer mais sobre a doença, fazer os exames que ajudam a detectá-la e definir os tratamentos. Mas lembre-se, os hábitos e a rotina influenciam muito no surgimento não só da Diabetes, mas de outras diversas doenças. Fique atento!